“I've got life, I've got my freedom” to Nina Simone

Seria ela, livre?

O livre dentro dela não pede morada, poderia ser o livre dela sem ela ou fora dela. Ele talvez não quisesse pertencer a ela, talvez ele queira dar-se, apenas por companhia, por prazer em compartilhar o livre de se ser, o livre ser ela, sem ser dela, sem ser meu ou seu!

Ela gosta de poder olhar pela fresta da janela e sentir que ninguém percebe seus olhares e muito menos seu pensar, ou quando ela fecha os olhos para ouvir melhor uma canção e parece ser só a canção no universo. Estes são os momentos em que os dois, ela e o livre, estão mais próximos.

Ele gosta de existir nesta canção ou neste pensar, e de ir além, de subir num balão todo colorido, como se fosse feito de retalhos, e subir, subir o mais alto. Acho que para se distanciar do que, na realidade, não é real. Talvez para sentir a falta da gravidade, e mesmo assim o movimento dos astros. Para sentir a densidade do existir à beira de um buraco negro, que deve ser a mesma sensação de quando as idéias estão passeando na linha entre o real e o surreal. O livre pode ser inclusive livre dele próprio, livre para escutar o que os próprios ouvidos permitirem ou para falar somente o que a própria boca decidir ou mesmo, para ver somente o colorido, seja do balão ou dos astros, seja das flores ou das estrelas, seja de um sorriso, do sorriso dela e, assim, permitir-se a liberdade!

Sim, ela o é!
por Tatiares

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