Articles

Affichage des articles du juillet, 2010

Tendências

Vem de longe e chama gente de tudo quanto é lugar. Vem sem pressa de ficar, afoba todo mundo e nem atenção tem pra dar. Já chega tomando espaço, num espaço que não é de ninguém e de todo mundo ao mesmo tempo. Sai na rua sem muito rumo, lugar comum cheio de coisas inúteis e coloridas. O negócio é fazer barulho e vender bastante, movimentar o local... pra dar giro, sabe? Se não tem a encomenda, manda buscar. E logo, vai rápido, senão o comprador desiste! Desiste nada, vai comprar outra coisa em outro lugar. Não importa mesmo, o que todo mundo quer é comentar. E, pra comentar tem que tá por dentro dos assuntos. Tem que saber do ti-ti-ti, do burburinho sobre o frisson de coisa alguma. É igual a bula na capa da revista: Dieta que seca, farinha que não dá fome, Bolo tentação que aumenta o nível de serotonina, e depois ainda explica como perder 13 kg em 10 dias e qual o melhor tipo de brinco pra cada formato de face. Só que esqueceram de propósito as contra-indicações:

Alguém nunca, sempre ninguém

A culpa não é sua ela também não é minha ela é de alguém e ninguém assume a culpa. (...) Mas alguém não. por Tatiares

Possibilidades

No passar do trem, outro trem vindo. Caminhos — trilhos de ferro, madeira e barbante pensativo, meditava a vida figurando a paisagem. Campos e imagens nas telas visuais em comum, em comum havia os sons interiores e esses não existiam expressos, guardavam segredos junto das fitas coloridas e dos papéis de carta, ambos em processo de extinção pela modernidade da vida. Ao passar das estações, mais cheganças e andanças, cada um no próprio ritmo, e nenhum no ritmo da dança das nuvens, espetáculo a céu aberto sempre visível das janelas, algo comum e quase nunca visto — os fenômenos. Ao chegar, da viagem ressaltava o cansaço e o tempo perdido, pessoas apressadas, ocupadas, mimadas no mal sentido. O que elas almejam? o destino ao desatino, entupir os canais perceptivos do cérebro de ruídos e comparativos, e claro, ter o look do momento, igual da fulana da TV. Mas, e se desligasse a TV? E se passasse cotonetes nos ouvidos e nas conexões sinápticas? Se escutasse mais o vento, o silêncio e o que