Ode ao vinho regado à amizade
Hoje faço uma homenagem aos bons amigos, vinhos e conversas... ao viver dos pequenos e belos prazeres.
Neste ano ganhei, de presente de aniversário, de uma grande amiga e companheira no degustar do vinho e de bons momentos da vida, essa poesia de Fernando Pessoa que aqui compartilho para deleite dos apreciadores dos melhores sabores do viver!
Neste ano ganhei, de presente de aniversário, de uma grande amiga e companheira no degustar do vinho e de bons momentos da vida, essa poesia de Fernando Pessoa que aqui compartilho para deleite dos apreciadores dos melhores sabores do viver!
Não só vinho, mas nele o olvido, deito
Na taça: serei ledo, porque a dita
É ignara. Quem, lembrando
Ou prevendo, sorrira?
Dos brutos, não a vida, senão a alma,
Consigamos, pensando; recolhidos
No impalpável destino
Que não ’spera nem lembra.
Com mão mortal elevo à mortal boca
Em frágil taça o passageiro vinho,
Baços os olhos feitos
Para deixar de ver.
Na taça: serei ledo, porque a dita
É ignara. Quem, lembrando
Ou prevendo, sorrira?
Dos brutos, não a vida, senão a alma,
Consigamos, pensando; recolhidos
No impalpável destino
Que não ’spera nem lembra.
Com mão mortal elevo à mortal boca
Em frágil taça o passageiro vinho,
Baços os olhos feitos
Para deixar de ver.
Não só vinho - Fernando Pessoa
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