As farsas das 1001 noites

Suspense em ar denso, fumaça e artilharia,
trombetas anunciando o pegar fogo do sol depois do meio do dia.
Adiante, planícies efeitadas do mais belo verde se imagina,
e o que se vê é o campo de uma batalha vespertina.

Respiração: acelerada, apavorada,
como se um exército inteiro marchasse pelas veias e nervos
acompanhando o reverberar dos violinos triunfantes,
ofegantes e militarescos.

Lágrimas exaltadas das mil e uma noites de Korsakov.
Nada de ternura em sonetos.
Agora, o andantino de Scheherazade é um quasi allegretto,
e que fique claro, quasi é como pseudo — uma falsa alegria.

Palavras outrora esmeraldas, por hora pedra barata,
Nada lapidada.
Já não são mais os contos que se conta,
mas as farsas das incontáveis noites despedaçadas.

por Tatiares

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