Bonjour

Na batida do dia
uma noite calada;
uma vida se esvaia
na luta inútil
por aquuilo que num dia, queria.

Do aperto da falta dos mais próximos: saudade!
compressão de um peito
na ânsia pelo teletransporte:
só assim pra ver o mundo tão real e vivo
além desse mísero: bom dia.

Sou um ser vivo no mundo e,
do mundo quero as vistas,
todas nuas e em carne viva,
próximas, no meu olho nu.

Alguém consegue ver as cores
dos realces em torno
do vazio
do próprio ego?

Na batida saculejada do dia,
me calo pra noite: la belle noire;
e busco as cores
na psicodelia de minha mente
afetada com toda a beleza do mundo,
do mundo em si,
do de Pablo, de Clarice, de Paulo e de José Ribamar,
todos a amar a vida
mesmo depois do chute na cara,
da escarrada do céu,
da realidade imensa e abrupta,
do fel ainda morno,
do suposto afago do véu,
das malediscências encobertas,
da falta de vontade de tudo.

E, por fim...

Na batida atormentada do dia,
depois,
bem depois...
trazer a noite
na calada tardia e,
florescer com palavras
do bruto solo
a nutrir as tortuosas raízes
pelas seivas açucaradas,
e, assim,
trucidar o dia,
quando este for um mal dia.


por Tatiares


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